domingo, 21 de novembro de 2010

Secularização x Religião: como os teóricos (não)resolvem essa questão.


*Ok, segundo post ainda em Sociologia da Religião. A questão central é explicitar como as obras de sociólogos contemporâneos como Peter Berger (Estados Unidos) e Flávio Pierucci (no Brasil) buscam superar ou resgatar as principais concepções da sociologia da religião de Max Weber – o desencantamento do mundo.


Atenção: texto não revisado.......pode estar incoerente e conter erros gramaticais.

Para Weber a profunda racionalização teórica do mundo ocidental permitiu a eliminação do caráter mágico através do qual o indivíduo explicava sua vida. A “racionalização- secularizante” tirou da vida pública as práticas mágicas e religiosas e a transportou para o âmbito privado, junto a isso a racionalização do direito, da ciência, dos processos administrativos, a especialização do trabalho e o surgimento do Estado com uma estrutura laica permitiram a secularização do mundo e o advento de novos fenômenos sociais. Refletindo esses novos fenômenos (econômicos, políticos, ideológicos), Weber diz que a modernização leva a um encolhimento da religião.

De fato o papel da religião não mais regula de forma incisiva os vários âmbitos da vida dos indivíduos como outrora, ou seja, não precisamos mais de legitimidade religiosa para coordenar nossas ações, como saliente Pierucci. No entanto, se o encolhimento – ou desaparecimento - da religião não foi um fenômeno visto com o advento da modernização e da globalização, a multiplicação, a coexistência mais ou menos pacífica de crenças e o direito de escolha dos indivíduos só são possíveis com a secularização e com a perda do status dominante por parte de algumas religiões – Catolicismo Romano principalmente. Pierucci salienta que o caráter sobrenatural e religioso já não tem peso sobre as instituições sociais (PIERUCCI, 1997). O autor diz, em resposta a corrente sociológica que exalta a proliferação das religiões em detrimento da secularização, que a miscelânea religiosa é produto da secularização e não a desqualificação desta.

Diferente de Pierucci, Peter Berger contesta a retração das religiões com o advento da modernização e termina negando também a secularização total da sociedade. Para Berger a religião faz parte de um empreendimento de construção do mundo, de significados e projeção do subjetivo. Religião é construída pelo homem e, quando objetivada e projetada no universo, confere estabilidade às suas bases culturais, normatizando a vida social. A religião seria um mundo de significados totalizantes do ser humano, sua própria construção do mundo que reflete sobre ele (BERGER, 1985).

Berger aponta que a relação entre o microcosmo e o macrocosmo continuará existindo com outras configurações e se compondo de acordo com as mudanças na estrutura social e, ainda assim, terá a legitimidade de normatizar a conduta humana justamente pela capacidade de integrar aos nomos comportamentos anômicos que sempre rondam a vida social ordenada – derivada do fato de que a sociedade é uma construção dialética.

Para Berger a secularização não pode atingir plenamente a consciência do indivíduo, e portanto, a modernização não teria a capacidade de promover um sentido de existência para o ser humano sendo então impossível a substituição do fenômeno religioso pela secularização racionalizante.

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BERGER, Peter. O dossel sagrado: elementos para uma teoria sociológica da religião. São Paulo: Paulus, 1985.

PIERUCCI, A. F. Reencantamento e dessecularização: a propósito do auto-engano em sociologia da religião. Novos Estudos, Nov. 1997.

*Porque o Dan pediu e a Ana gostou do anterior (e Ana é hiper-inteligente).

3 comentários:

Sandra disse...

Nem falo nada sobre o conteúdo porque não tenho competência para isso, mas gostei bastante. Porém,quero ressaltar duas das principais qualidades presentes nesta pessoa que posta neste blog: a inteligência e a modéstia! Doe-me um pouco dessa inteligência, Weber!!!!!

o etnógrafo disse...

Só uma duvida essa respostas forram feitas com consulta,né? porque se não se mata garota porque ficou muito bom!

Nem me fale eu estou morrendo, não sei porque fui inventar isso nessa altura do campeonato, só espero conseguir finalizar, pois esta bacana, mas meu corpo da no fim...já consegui um material legal, mas acho que tenho que refazer perguntas isso é normal ne?e outra tenho que reescrever tudo que foi gravado!
Ai deus me ajude!
COSTANNNNNZA! HELP!!!
HAHA

:***
DANILO.

Ana Carolina disse...

O interessante é observar que o texto te leva a pensar em outra coisa, como se te remetesse ao seu interior e isso fizesse refletir sobre ele... Mesmo que tenha me deixado depressiva, porque o meu interior é depressivo, queria que a Arlene escrevesse ficção.